Wednesday, January 24, 2007

Chuva e sol na capital espanhola










































Saturday, January 13, 2007

A dor e a delícia de visitar o Rio




Observando os cariocas no dia-a-dia, parece que a vida aqui corre seu curso normal.

As pessoas vão às compras, à praia, à casa de amigos, saem para trabalhar e ainda são privilegiadas com a vista.

Assim parecia até o dia em que acompanhei uma amiga que trabalha no Projac, o centro de gravação de programas da TV Globo.

Para retornarmos a Copacabana, tínhamos de passar perto da favela da Rocinha.

O boato de um tiroteio deixou ela e colegas alvoroçados, ligando para jornalistas amigos ou parentes para saber se a notícia que chegava até a reserva florestal onde fica o Projac, tinha fundamento.

A sensação foi horrível.

Não saber se poderíamos voltar para casa seguro, em que nível estava a violência fora daquela “fábrica de sonhos”.

Por sorte, foi apenas um boato.

Dias depois, soube que o problema tinham sido bombas que estouraram em uma sede da Marinha.

Houve sim um crime, mas desta vez, saímos ilesas.

Minha amiga que trocou São Paulo pelo Rio há sete anos explica: tem de acostumar para viver aqui.

Incorporando o viver com medo e violência ao cotidiano. Essa parece, aliás, a receita para morar em qualquer canto do Brasil: aproveitar as belezas e outras vantagens da vida em um país tropical com pessoas alegres.

Afinal, o Corcorvado continua lá, abençoando a cidade maravilhosa. E de cima de um morro.

Wednesday, January 03, 2007

Conferindo Rio “in loco” 2





Um dos objetivos da viagem ao Rio é observar os preparativos para os jogos Pan Americanos.
Já houve autoridade reclamando que a declaração do presidente Lula no dia da posse, de que as ações no Rio eram “terrorismo”, teria piorado a imagem da capital e consequentemente, prejudicado o Pan.

Fato é que o Brasil, de forma geral, tem atraído cada vez mais estrangeiros. Mas eles também divulgam quando algum é assaltado por aqui, ou seja, o aumento da criminalidade. Assaltos a gringos são a pior contra- propaganda que o país pode fazer.

O que aconteceu agora, com a queima de mais um ônibus, foi outra barbaridade das muitas a que estamos nos acostumando no cotidiano. Fico ate mais tranqüila em saber que o Brasil irá sediar o Pan numa das cidades mais violentas.

Até a Força Nacional de Segurança, formada por quase 8 mil soldades de elite, já foi acionada e deve atuar pela quarta vez desde que foi criada. É um excelente exercício para checar a infra-estrutura e os serviços da policia.

Pois, se desta vez não conseguirem resolver o problema da criminalidade, pelo menos garantindo a segurança durante o campeonato, é bom esquecer o sonho de ser sede da Copa de 2014. Para não queimar ainda mais o filme lá fora.

Conferindo Rio “in loco”






Enquanto o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, se reunia com o secretário Nacional do setor, Luiz Fernando Corrêa, nesta quarta-feira, para discutir os problemas da violência no Estado, eu, aqui em São Paulo, arrumava a mala para ir, de ônibus, conferir “in loco” como está a cidade.

Pela primeira vez tiro do armário a chamada “pochete de segurança”, forma de me sentir um pouco mais segura ou, pelo menos, ficar com uns trocados no caso de um assalto.

Amo o Rio, sou uma paulista com coração carioca, já visitei a cidade pelo menos dez vezes e sempre dizia que, se morasse no Brasil e tivesse de ficar numa capital, provavelmente seria lá.

Por isso me entristece, não apenas o atual noticiário, mas esta fama que o Rio ganhou nas últimas décadas da alta criminalidade. Não que os crimes tenham sido inventados, infelizmente são reais e acontecem também nas outras cidades brasileiras. Mas, com certeza, ganham mais destaque quando acontecem no Rio.

Ontem, no Jornal da Globo, foram exibidos os prejuízos que a cidade está tendo por causa dos crimes: aumento dos seguros, desvalorização dos imóveis, cancelamento de turistas, entre outras conseqüências.

Penso em como será minha estada por lá, se deveria cancelar a viagem, se a imprensa está exagerando, se terei sorte de voltar ilesa, mas me animo ao pensar nas paisagens maravilhosas.

Lembro da última vez, no ano passado, em que visitei o Rio acompanhada de um legítimo alemão e não tivemos qualquer problema. Só bons momentos e boas lembranças. Mas outros gringos que conhecemos não tiveram a mesma sorte. Vários foram assaltados ou enganados. O pior é pensar nas balas perdidas ou assaltos violentos.

Levo, então, na mala a caixinha de minha avó com a imagem do Santo Antonio para ter uma sensação de proteção. E ouço do meu pai, como consolo, enquanto me observa preparar a bagagem: “Pelo menos não está indo para o Iraque”!...