Wednesday, December 20, 2006
“Srs passageiros, o avião está quebrado!” Parte 2
Repete-se o procedimento, estamos prontos, agora decola!.... Aviso meus pais novamente. Devemos chegar até 23 horas.
O piloto liga o motor sem problemas e começamos a taxiar. Vamos até o fim da pista e ...começamos a voltar!
Sentada na janelinha, não consigo acreditar nos meus próprios olhos. Os outros me perguntam, o que está acontecendo? “Parece que estamos voltando”, respondo.
O avião pára. O piloto comunica: “srs passageiros, sinto muito informá-los mas o farol está quebrado e vamos precisar de mais alguns minutos para consertá-lo. Precisamos do mesmo para decolar e pousar, por isso, só saio daqui quando pudermos voar com segurança.”
Alguns se levantaram imediatamente e abriram o bagageiro dizendo: “agora chega, não vou com este avião a lugar nenhum” mas ninguém teve coragem mesmo de sair e assumir as conseqüências naquela hora.
O ponto de interrogação era visível, afinal, como pode voltar a aeronave do conserto com um novo defeito?
Ou será que todos já sabiam mas não queriam deixar o prazo de 4 horas expirar?
Should I stay or should I go?
Pensei em como sempre me senti segura voando da Europa para cá e no medo que senti por voar cerca de 50 minutos que separavam Minas de São Paulo.
Quando finalmente decolamos, às 23 horas, teve quem aplaudiu.
Conhecia o hábito na hora do pouso mas desta vez, parecia que o problema era mesmo sair do chão.
Fui rezando todas as orações que lembrava durante os 50 minutos.
Ganhamos ainda, amendoins, água, uma barrinha de cereal e, como premio de consolação, um chocolate!
Quando pousamos, outro alívio de estar em terra firme.
Quase meia-noite em Campinas, poucos resistiram e esperaram os passageiros que vieram com seis horas e meia de atraso.
Uma senhora avisava: ”queríamos fazer nossa primeira viagem internacional mas não vou mais para o Canadá, se para Campinas já dura tudo isso, imagina para chegar lá. Alias, nem viajo mais. Não vale a pena”.
Justamente agora que o preço das passagens está mais acessível e a população de classe baixa estava aprendendo a voar, nossos céus se mostram inseguros demais para tal aventura. E haja tempo disponível para a mesma.
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