Saturday, January 13, 2007

A dor e a delícia de visitar o Rio




Observando os cariocas no dia-a-dia, parece que a vida aqui corre seu curso normal.

As pessoas vão às compras, à praia, à casa de amigos, saem para trabalhar e ainda são privilegiadas com a vista.

Assim parecia até o dia em que acompanhei uma amiga que trabalha no Projac, o centro de gravação de programas da TV Globo.

Para retornarmos a Copacabana, tínhamos de passar perto da favela da Rocinha.

O boato de um tiroteio deixou ela e colegas alvoroçados, ligando para jornalistas amigos ou parentes para saber se a notícia que chegava até a reserva florestal onde fica o Projac, tinha fundamento.

A sensação foi horrível.

Não saber se poderíamos voltar para casa seguro, em que nível estava a violência fora daquela “fábrica de sonhos”.

Por sorte, foi apenas um boato.

Dias depois, soube que o problema tinham sido bombas que estouraram em uma sede da Marinha.

Houve sim um crime, mas desta vez, saímos ilesas.

Minha amiga que trocou São Paulo pelo Rio há sete anos explica: tem de acostumar para viver aqui.

Incorporando o viver com medo e violência ao cotidiano. Essa parece, aliás, a receita para morar em qualquer canto do Brasil: aproveitar as belezas e outras vantagens da vida em um país tropical com pessoas alegres.

Afinal, o Corcorvado continua lá, abençoando a cidade maravilhosa. E de cima de um morro.

2 comments:

Anonymous said...

Sempre se fala das cidades do Brasil como "...como viver em meio a pessoas alegres..." Não será isso hipocrisia ?
Falta de autenticidade, enfim, falsidade ? Cada um vive às voltas com seus problemas, não adianta ter em volta pessoas "alegres" pois seus problemas, ha hora "H" ninguem resolverá...

Sandra Mezzalira Gomes said...

Muito bem colocado seu comentário, também concordo que não adianta viver cercado de pessoas "alegres" se, no íntimo, não atingimos nunca a própria felicidade!

Obrigada por participar! :-)