Alexandre Lozetti& Sandra Gomes
O artilheiro do Campeonato Brasileiro é mais um a deixar o futebol do país para jogar na Alemanha. André Lima segue uma nova tendência que atinge grandes jogadores do Brasil, como o volante Josué, destaque da seleção na Copa América, e Lúcio, um dos melhores jogadores do Grêmio na última Copa Libertadores, e trocou nesta semana o Botafogo pelo Hertha Berlin, onde terá a companhia dos brasileiros Gilberto, Mineiro e Lúcio. A presença deles, aliás, foi um dos principais fatores para que André optasse pelo Hertha e não pelo Racing Santander, da Espanha, outro clube que pretendia contar com os gols do jovem brasileiro de 22 anos.
A idade, aliás, dá a André Lima oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos do ano que vem, em Pequim, capital chinesa. A competição é restrita a jogadores com menos de 23 anos. Mas os planos do goleador são mais ambiciosos. Ele deseja chegar à seleção brasileira principal, comandada pelo técnico Dunga. Esse é outro motivo que levou André ao Hertha. Mineiro e Gilberto, dois de seus novos parceiros, já fazem parte do seleto grupo de confiança do treinador brasileiro.
Neste sábado, André viaja a Berlim para assinar contrato, realizar exames médicos e se apresentar ao novo clube. Uma semana depois, terá a companhia da família. O atacante deixa a torcida botafoguense saudosa de seus gols, já que foram 12 somente na atual competição nacional. E leva aos alemães, a esperança de estarem ganhando um novo ídolo em seus gramados.
André, você viaja quando para Berlim?
Vou neste sábado.
Animado? Já pesquisou sobre o clube?
Muito animado, muito. Entrei no site do Hertha, vi todas as instalações e fiquei impressionado com a estrutura que oferecem.
E a cidade? Também já sabe o que vai encontrar?
A cidade, então, nem se fala. Berlim é a mãe da Alemanha. E depois da Copa do Mundo teve uma ascensão, um crescimento muito grande. Tenho certeza que vou me dar bem neste novo local.
Você não conhece Berlim?
Não conheço. Procurei saber algumas coisas já, mas chegando lá é que espero contar com a ajuda dos demais brasileiros para me adaptar.
O fato de haver três brasileiros no grupo pesou na sua decisão?
Pesou muito, com certeza. Principalmente na adaptação à língua. Tenho certeza que irão me ajudar ou, ao menos, ser uma companhia nas aulas.
Qual era a outra possibilidade que você tinha para sair?
O Racing Santander, da Espanha, também me fez proposta.
E além dos brasileiros, o que mais pesou, já que na Espanha você talvez tivesse mais facilidade com o idioma?
A companhia dos brasileiros ajudou e, além disso, a estrutura do Hertha, a ambição do clube. É um clube grande, que entra nas competições para disputar os títulos e isso é a maior motivação: estar sempre entre os primeiros.
Você conhece algum dos brasileiros pessoalmente? Já falou com eles depois que acertou sua transferência?
Ainda não conversei, vou deixar para fazer isso quando chegar à cidade. Conheço somente o Mineiro, de cumprimentar antes de um jogo. Quando o enfrentei em 2004. Eu jogava no Vasco, ele no São Caetano.
Você pode disputar a Olimpíada do ano que vem. A seleção brasileira também o ajudou a optar pelo Hertha?
Claro. Não só a seleção olímpica, mas meu objetivo é chegar à seleção principal. Tenho certeza que essa transferência vai me ajudar.
Qual sua expectativa na equipe? Chegar e já ser escalado como titular ou começar no banco de reservas?
Eu vinha jogando no Botafogo e estou em ótima forma física. Isso é importante, mas vou cumprir o que o treinador achar melhor. Ele é quem vai decidir como será meu início no clube.
Você embarca sozinho ou leva sua família?
Vou sozinho, fico esta semana, arrumo minha vida e depois levo minha esposa, Bárbara, e minha filha, Ágata.
Quantos anos tem sua filha?
Dois anos.
Então será alfabetizada em alemão?
Pois é. Vai ser bom para ela, um diferencial. Vai crescer com o alemão e o português, que não vamos abandonar em casa.
Tuesday, August 21, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment