Sunday, October 31, 2010

Urnas em Berlim registram pequena vantagem para Dilma

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Brasileiros pousam para fotógrafo Ras Adauto em frente a Embaixada Brasileira

Por Sandra Mezzalira Gomes*

Enquanto os brasileiros ainda estão comparecendo às urnas, as eleições em Berlim se encerraram registrando uma pequena vantagem para a candidata do PT, Dilma Rousseff.

Dos 763 votos, Dima ficou com 371, José Serra do PSDB com 343, 38 anularam o voto e 11 deixaram em branco. A candidata somou então  48,62% do total e Serra, 44,95%.

O embaixador Everton Vargas, que como no primeiro turno permaneceu boa parte do tempo na Embaixada, comentou satisfeito no final que, independente do resultado, ganhou o Brasil por ter realizado mais uma eleição democrática.

Ausentes e presentes

Na Embaixada Brasileira de Berlim estavam aptos a votar 2363 eleitores e compareceram 763, ou seja, 32,28%. Muitos destes, no entanto, se deslocaram de cidades como Hamburgo, Hannover, Potsdam e outras da região exclusivamente para participar da eleição.

O jornalista Marcos Romão, por exemplo, exerceu a cidadania e aproveitou ainda para divulgar sua candidatura ao CBRE (Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior), já que a eleição para os mesmos começa amanhã (leia mais no link http://www.brasileirosnomundo.mre.gov.br/pt-br/News.xml)

Houve ainda aqueles desavisados, que não transferiram o título mas mesmo assim lamentavam pois tinham a esperança de votar. Ou uma senhora que, indignada, com o título ainda datado de 89, reclamava que ninguém a avisara das eleições e, como não tem internet, não conhecia nem o processo eleitoral com clareza. "Só fiquei sabendo porque assinei a Record internacional, vim aqui a semana passada pegar meu passaporte e ninguém me contou que eu deveria vir votar", esbravejava num português com sotaque alemão.

Curioso foi ainda o caso de um brasileiro criado na Alemanha, estava emocionado e um tanto atrapalhado já que, pela primeira vez na sua vida, ajudara a eleger um presidente.  Ou de um ou outro eleitor com o qual a única comunicação possível era mesmo em alemão já que, mesmo sendo portador do passaporte brasileiro, não aprenderam o suficiente para compreender as explicações em português.

O processo eleitoral ocorreu com tranquilidade, em poucos momentos se formaram filas e mesmo assim, elas duraram poucos minutos. O setor consular abriu as portas por seis horas e possibilitou ainda aos que perderam o primeiro turno, já justificarem a ausência.

Dia das Bruxas

A polícia alemã também esteve presente para garantir a tranquilidade na Wallstrasse em Berlim.  Brasileiros fizeram propagandas de agências de viagens e outras empresas na porta da Embaixada, venderam coxinha, trocaram contatos e jogaram conversa fora.

Um ou outro traseunte não aguentava a curiosidade e perguntava o que estava acontecendo por ali. Uma senhora confirmava para a filha em alemão após ouvir a explicação: "eu te disse que era eleição, eles estão todos saindo com um papelzinho e um documento na mão!"

Poucos lembraram que era o Halloween, o Dia das Bruxas, exceto por um momento um tanto desagradável logo no início da manhã quando um senhor alemão se distraiu, tropeçou e bateu com a cabeça num poste de metal na calçada (usados para impedir que os carros estacionem na calçada e para prender bicicletas), perdendo muito sangue da cabeça.

A mobilização dos presentes foi imediata, tanto para chamar uma ambulância como para prestar socorro. A polícia chegou logo em seguida e, em cerca de 7 minutos, ele já estava sendo tratado pelos médicos. Os oficiais cuidaram ainda de "lavar" o sangue escorrido da calçada ou seja, alguns minutos depois, não havia mais rastros do único triste incidente/acidente do dia.





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 Eleitores marcaram presença mesmo com o frio do outono Foto: Ras Adauto 


*A jornalista Sandra Mezzalira Gomes trabalhou como mesária e não pôde fazer oficialmente as entrevistas mas acompanhou de perto o processo dos dois turnos.

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