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Brasileiros pousam para fotógrafo Ras Adauto em frente a Embaixada Brasileira
Por Sandra Mezzalira Gomes*
Enquanto os brasileiros ainda estão comparecendo às urnas, as eleições em Berlim se encerraram registrando uma pequena vantagem para a candidata do PT, Dilma Rousseff.
Dos 763 votos, Dima ficou com 371, José Serra do PSDB com 343, 38 anularam o voto e 11 deixaram em branco. A candidata somou então 48,62% do total e Serra, 44,95%.
O embaixador Everton Vargas, que como no primeiro turno permaneceu boa parte do tempo na Embaixada, comentou satisfeito no final que, independente do resultado, ganhou o Brasil por ter realizado mais uma eleição democrática.
Ausentes e presentes
Na Embaixada Brasileira de Berlim estavam aptos a votar 2363 eleitores e compareceram 763, ou seja, 32,28%. Muitos destes, no entanto, se deslocaram de cidades como Hamburgo, Hannover, Potsdam e outras da região exclusivamente para participar da eleição.
O jornalista Marcos Romão, por exemplo, exerceu a cidadania e aproveitou ainda para divulgar sua candidatura ao CBRE (Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior), já que a eleição para os mesmos começa amanhã (leia mais no link http://www.brasileirosnomundo.mre.gov.br/pt-br/News.xml)
Houve ainda aqueles desavisados, que não transferiram o título mas mesmo assim lamentavam pois tinham a esperança de votar. Ou uma senhora que, indignada, com o título ainda datado de 89, reclamava que ninguém a avisara das eleições e, como não tem internet, não conhecia nem o processo eleitoral com clareza. "Só fiquei sabendo porque assinei a Record internacional, vim aqui a semana passada pegar meu passaporte e ninguém me contou que eu deveria vir votar", esbravejava num português com sotaque alemão.
Curioso foi ainda o caso de um brasileiro criado na Alemanha, estava emocionado e um tanto atrapalhado já que, pela primeira vez na sua vida, ajudara a eleger um presidente. Ou de um ou outro eleitor com o qual a única comunicação possível era mesmo em alemão já que, mesmo sendo portador do passaporte brasileiro, não aprenderam o suficiente para compreender as explicações em português.
O processo eleitoral ocorreu com tranquilidade, em poucos momentos se formaram filas e mesmo assim, elas duraram poucos minutos. O setor consular abriu as portas por seis horas e possibilitou ainda aos que perderam o primeiro turno, já justificarem a ausência.
Dia das Bruxas
A polícia alemã também esteve presente para garantir a tranquilidade na Wallstrasse em Berlim. Brasileiros fizeram propagandas de agências de viagens e outras empresas na porta da Embaixada, venderam coxinha, trocaram contatos e jogaram conversa fora.
Um ou outro traseunte não aguentava a curiosidade e perguntava o que estava acontecendo por ali. Uma senhora confirmava para a filha em alemão após ouvir a explicação: "eu te disse que era eleição, eles estão todos saindo com um papelzinho e um documento na mão!"
Poucos lembraram que era o Halloween, o Dia das Bruxas, exceto por um momento um tanto desagradável logo no início da manhã quando um senhor alemão se distraiu, tropeçou e bateu com a cabeça num poste de metal na calçada (usados para impedir que os carros estacionem na calçada e para prender bicicletas), perdendo muito sangue da cabeça.
A mobilização dos presentes foi imediata, tanto para chamar uma ambulância como para prestar socorro. A polícia chegou logo em seguida e, em cerca de 7 minutos, ele já estava sendo tratado pelos médicos. Os oficiais cuidaram ainda de "lavar" o sangue escorrido da calçada ou seja, alguns minutos depois, não havia mais rastros do único triste incidente/acidente do dia.
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Eleitores marcaram presença mesmo com o frio do outono Foto: Ras Adauto
*A jornalista Sandra Mezzalira Gomes trabalhou como mesária e não pôde fazer oficialmente as entrevistas mas acompanhou de perto o processo dos dois turnos.
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