Monday, June 24, 2013

Das Volk hat recht (Sven Goldmann, Tagespiegel)/ O povo tem razão (Sven Goldmann, Tagespiegel)

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Ich empfehle dieser Artikel für alle die unseren aktuelle Situation in Brasilien besser verstehen wollen....danke Tagespiegel, Danke Sven Goldmann! :)

Eu recomendo este artigo para todos que querem entender melhor o que está acontecendo atualmente no Brasil.....Obrigada Tagespiegel, obrigada Sven Goldamnn! :)

(Unter auf portugiesische......embaixo em Português, traduzido por Maria Teresa Baptista Tetens)


http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html

Das Volk hat recht

Von Sven Goldmann, Tagespiegel, Sonntag 23.06.213

Trotz der Reformversprechen von Präsidentin Roussef gehen die Proteste in Brasilien unvermindert weiter. Dabei geht es vor allem darum, dass sich die Regierenden nicht für die Regierten interessieren. Das ist kein brasilianisches Problem, das ist eine globale Plage.

Brasilien bebt. Jeden Tag ein bisschen mehr, ein Ende ist nicht abzusehen, und am Ende wird eine neue Ordnung stehen, und zwar nicht nur für Brasilien, sondern für die moderne Gesellschaft. Es ist ein Stück Weltgeschichte, das da gerade im fünftgrößten Land der Erde zur Vorführung gebracht wird. Ein Volk erhebt sich gegen die Diktatur, und es wird nicht lockerlassen, bis diese Diktatur besiegt ist.

Herrscht in Brasilien eine Diktatur?
In diesem Land, das von einer Präsidentin regiert wird, die gegen die Militärs gekämpft und für ihre Überzeugung im Gefängnis gesessen hat, die sich dem Kampf gegen die Armut verschrieben hat und von den Armen gewählt worden ist?

Natürlich herrscht in Brasilien eine Diktatur.
Aber es ist keine Diktatur im klassischen Sinne. Die großen, die klassischen Diktatoren gibt es nicht mehr, von ganz wenigen Ausnahmen abgesehen. Aber der greise Robert Mugabe in Simbabwe oder der verrückte Kim in Nordkorea stehen nicht für den Rest der Welt. Der arabische Frühling hat Gaddafi und Mubarak besiegt, Castros Kubas hat längst kapituliert und sich an US-amerikanische Investoren verkauft. Mugabe und Kim werden folgen. Die moderne Informationsgesellschaft ist erhaben gegen die klassische Form der Unterdrückung.

Die neue Unterdrückung ist subtiler, sie ist an keine Weltanschauung gebunden. Die neue Unterdrückung basiert auf der Teilung der Welt in drei Klassen: auf der einen Seite die Armen. Auf der anderen die Reichen. Und dazwischen, als neue, als dritte Klasse, die Nomenklatura aus Wirtschaft und Politik. Die Makler, die den Wohlstand verteilen. Die die Weichen stellen für die Zukunft und sich wenig für die Allgemeinheit interessieren und umso mehr für das eigene Wohl.

Brasilien erhebt sich in diesen Tagen gegen eine Diktatur der Arroganz, der Ignoranz, der Menschenfeindlichkeit. Gegen ein System, dem es egal ist, dass es seinem Volk keine angemessene Bildung ermöglicht und kein funktionierendes Gesundheitssystem. Gegen ein System, das sich nicht darum schert, dass sich längst eine Parallelgesellschaft etabliert hat mit einer Parallelregierung, die gebildet wird von Drogenhändlern und Schutzgelderpressern. Gegen ein System, das sich vom Rest der Welt feiern lassen will für seine Fußballpaläste und dem es egal ist, wer sie bezahlt.
Aber panem et circenses, dieses in der Antike bewährte Modell – es funktioniert in der Moderne nicht mehr.

Natürlich sind Plündereien und Randale nicht zu akzeptieren, aber die Plünderer und Randalierer sind in dramatischer Minderheit und stehen nicht für dieses aufbegehrende Brasilien. Es ist das gemeine Volk der regierten Brasilianer, das sich erhebt. Und das Volk hat recht.

Wie sehr sich das regierende Brasilien abgewendet hat von denen, die es regiert, zeigt die Dreistigkeit, ausgerechnet zum Confed-Cup, dieser Generalprobe für die Fußball-Weltmeisterschaft, die Busfahrpreise zu erhöhen. Die Regierenden haben sich anfangs lustig gemacht über die Proteste der Regierten, es ging ja nur um 20 Centavos. Mal abgesehen davon, dass 20 Centavos für die Regierten einen anderen Stellenwert haben als für die Regierenden: Es geht nicht um 20 Centavos.

Es geht darum, dass gerade 0,4 Prozent des Bruttoinlandsprodukts in die Bildung investiert werden. Es geht darum, dass Milliardenbeträge verschleudert werden für Fußballstadien in Brasilia, Cuiabá oder Manaus, die den Regierenden als Weihestätten dienen und die im Alltag keiner braucht, weil der Fußball in Brasilia, Cuiabá oder Manaus keine Rolle spielt. Es geht darum, dass es in der Wirtschaft keinen Wettbewerb gibt, dass Kartelle den Markt beherrschen und sich ihre Gewinne von der Allgemeinheit bezahlen lassen.

Und vor allem geht es darum, dass sich die Regierenden nicht für die Regierten interessieren. Das ist kein brasilianisches Problem, das ist eine globale Plage. Brasilien hat den Anfang gemacht, und es wird anderen Menschen Mut machen, in Argentinien oder China oder Nigeria.

Brasilien wird, Brasilien darf nicht allein bleiben.

Artikel von Sven Goldmann, Tagespiegel, Sonntag, 23.06.2013

http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html


*(Übersetzung auf Portugiesische von Maria Claudia Baptista Tetens/ tradução por Maria Claudia Baptista Tetens, professora de alemão)

O povo tem razão

Por Sven Goldmann, Tagespiegel, domingo, 23 de junho de 2013

Os protestos no Brasil prosseguem apesar das promessas de reforma da presidenta Roussef. O motivo principal é o fato de os governantes não se interessarem pelos governados. Este não é um problema brasileiro. Esta é uma praga global.

O Brasil está tremendo. A cada dia um pouco mais. Não se pode ver o fim, e no final existirá uma nova ordem, mas não apenas para o Brasil, e sim para a sociedade moderna. É um pedaço de história mundial que acontece neste momento no quinto maior país da terra. Um povo se levanta contra a ditadura, e não arredará o pé, até que a ditadura tenha sido vencida.

Existe uma ditadura no Brasil?

Neste país, governado por uma presidenta que lutou contra os militares e esteve na prisão pelo que acreditava, que se dedicou à luta contra a pobreza e foi eleita pelos pobres?

É claro que existe uma didatura no Brasil.

Mas não é uma didatura na acepção tradicional. Não existem mais os grandes, os clássicos ditadores, tirando-se algumas poucas exceções. Mas o ancião Robert Mugabe no Simbabwe ou o louco Kim na Coreia do Norte não representam o resto do mundo. A primavera árabe venceu Gaddafi e Mubarak, a Cuba de Castro já rendeu-se há muito e vendeu-se aos investidores norte-americanos. Mugabe e Kim virão em seguida. A moderna sociedade da informação é soberana contra esta forma clássica de opressão.

Brasil – Protestos contra a corrupção

A nova opressão é sutil, não está ligada a nenhuma ideologia. A nova opressão baseia-se na divisão do mundo em três classes: de um lado os pobres. De outro os ricos. E no meio, como nova, como a terceira classe, a classe dominante da economia e da política. Os corretores, que dividem o bem-estar. Que definem as políticas para o futuro e se interessam pouco pela maioria, muito mais pela sua própria prosperidade.

O Brasil se levanta nestes dias contra a ditadura da arrogância, da ignorância, da desumanidade. Contra um sistema que não se importa se não permite ao seu povo uma formação adequada nem um sistema de saúde que funcione. Contra um sistema que não liga a mínima para o fato de uma sociedade paralela ter-se estabelecido há muito, com um governo paralelo, que é constituído por traficantes de drogas e milícias que exigem dinheiro em troca de proteção. Contra um sistema que quer ser festejado pelo resto do mundo pelos seus palácios do futebol e que não se importa com quem os financia.

Mas pão e circo, este modelo eficiente na Antiguidade – não funciona mais nos tempos modernos.
É claro que não se pode aceitar saques e distúrbios, mas os saqueadores e os desordeiros são a pequena minoria e não representam este Brasil que se revolta. É o cidadão comum dos brasileiros governados que se levanta. E o povo tem razão.

Justamente na Copa das Confederações, a petulância do ensaio geral para a Copa do Mundo de Futebol mostra o quanto o Brasil regente se distanciou daqueles que rege, através do aumento das passagens de ônibus. Os governantes, no início, debocharam dos protestos dos governados, porque tratava-se de apenas 20 centavos. Tirando-se o fato de que 20 centavos tenham valor diferente para governados e governantes: não se trata de 20 centavos.

A questão é que somente 0,4 % do produto interno bruto são investidos na educação. A questão é que bilhões são desperdiçados em estádios de futebol em Brasília, Cuiabá ou Manaus, que servem aos governantes de templos sagrados, que no dia a dia ninguém precisa, porque o futebol em Brasília, Cuiabá ou Manaus não tem importância. A questão é que não existe concorrência na economia, que cartéis dominam o mercado e que deixam que a coletividade pague os seus lucros.

E principalmente a questão é que os governantes não se interessam pelos governados. Este não é um problema brasileiro, esta é uma praga global. O Brasil deu a partida e dará coragem a outras pessoas, na Argentina ou na China, ou na Nigéria.

O Brasil não ficará, o Brasil não pode ficar sozinho.

http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html

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