Thursday, May 01, 2008
André Lima faz “pausa forçada” do Hertha Berlim
Por Sandra Mezzalira Gomes
André Lima saiu do Brasil no segundo semestre do ano passado como um “herói” da torcida botafoguense: marcou 12 gols para o Botafogo no campeonato brasileiro e se tornou um dos melhores artilheiros do torneio, foi contratado pelo Hertha Berlin por 3,5 milhões de euros, o maior investimento do clube da capital alemã em um jogador brasileiro (veja entrevista neste blog).
Lima, desde então a camisa 33, passou por uma fase difícil, jogando em posição difente da qual estava acostumado, com dificuldades de adaptação à língua, aos costumes e demais novidades do Velho Mundo.
Prestes a completar 23 anos no próximo dia 3, André demonstra ser religioso, otimista, batalhador e super ligado a família. Tanto que, ao chegar em Berlim com a esposa Bárbara grávida e a pequena Agatha, na época com dois anos, o atacante fez de tudo para conciliar sua vida profissional com a pessoal e, nas horas vagas, procurar toda a assistência médica necessária para o pré-natal da sua esposa.
André superou lentamente vários obstáculos em campo, marcou gols importantes, começou a ganhar espaço no campo, confiança da torcida e do treinador. Agora, quando “deslanchava” em sua carreira no Hertha, uma grave doença de sua recém-nascida filha Lívia o fez ter de dar uma pausa para se concentrar na família.
Na última quarta-feira, sua esposa levou-a para o hospital com um infecção pulmonar, explica o atacante. “Ela foi piorando e acabou indo para a UTI. Desde este dia estava me sentindo um “ninguém”, minha mulher ligava toda hora chorando, desesperada, e eu não podia fazer nada, não podia ajudar, dar carinho... já não conseguia me concentrar no trabalho. Como dá para jogar futebol sabendo que sua filhinha está na UTI, que qualquer hora pode acontecer o pior, que sua família precisa de você?”.
Por telefone, na conversa com André nesta segunda-feira, ele explicou que está passando por um momento complicado já que as atenções estão voltadas para a recuperação de Lívia, há cerca de 20 dias neste mundo. Ela teria sido infectada por um vírus nos bronchios, além de pneumonia. Enquanto o vírus não deixar o organismo, a pequena estará dependente dos aparelhos, explica o jogador.
A decisão de voar às pressas para o Brasil ocorreu após uma breve parada cardíaca de Lívia, situação que contou ser traumatizante para sua esposa Bárbara. “Ver sua filha no colo sem respirar, achando que tá morta, é complicado. O coração parou de bater, ela parou de respirar e ficou roxinha, e isso enquanto minha mulher a segurava no colo. Bárbara ficou chocada”.
A direção do Hertha, segundo o atacante, foi muito compreensiva. “Eles confiaram na minha palavra e me liberaram na hora. Fiquei muito contente com todo este apoio do clube, pedi inclusive ao meu gerente para agradecer a toda a diretoria, especialmente o Dieter Honess (presidente do clube), em meu nome”.
Sua chegada ao país tropical não influenciou no estado de saúde de Lívia, que continua respirando com ajuda de aparelhos e estava na UTI até a última segunda-feira, mas foi de grande importância para Bárbara e Ágatha, sua esposa e filha mais velha, garante Lima. “Bárbara não está bem, nós não estamos bem, nossa filhinha está na UTI! Mas só eu estar ao lado dela é para ela um “porto seguro”, ajudo em tudo que posso, dormimos todos os dias no hospital, estou 24 horas com elas e ela sabe que pode contar comigo”.
Eles têm ainda apoio da família e amigos, já que ambos são cariocas e a maioria dos parentes mora no Rio.
No momento, André assegura concentrar toda fé e força para que sua filha se recupere o mais rápido possível e ele possa voltar sua atenção ao Hertha. “Ela deu uma melhorada, os médicos queriam testar ainda hoje um outro aparelho para ajudá-la a respirar. O estado dela não é bom porque ela está na UTI, é complicado.”
Ele garante que o clube deu "carta branca". “Me disseram para voltar quando tiver minha filha de volta em casa e saudável. Pode demorar uma semana, dez dias, um mês...ninguém sabe. Rezo todos os dias por ela e por todas as crianças que estão no hospital. Tem casos muito piores que o dela, todas merecem voltar para casa com saúde”.
André lamenta a situação, não apenas por causa do desgaste na sua família. “São coisas da vida, agora estou aqui cuidando da Ágatha, da Lívia, da minha esposa, eu estava numa fase boa, conquistando a confiança da diretoria e da torcida. Mas tenho fé que logo ter minha filhinha em casa, saudável e poderei voltar a desenvolver o bom trabalho que estava apresentando no Hertha.”
A idéia, antes do problema da nenê, era trazer toda a família para a Alemanha após a férias. “Se tudo der certo, vamos manter o plano inicial e elas vão para Berlim em julho”.
Até lá, a torcida principal é pela total recuperação de Lívia.
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