Cidades que serão sedes das partidas da Copa como a capital da Alemanha, Berlim, se prepararam em diversos setores para garantirem um belo espetáculo no Mundial
(Fotos Sandra M. Gomes/Berlim)
Por SANDRA MEZZALIRA GOMES
Enquanto a Alemanha se desdobra para promover um belo espetáculo na Copa 2006, no Brasil discute-se a possibilidade do país tropical sediar o torneio em 2014. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, comentou, durante Assembléia Geral da entidade realizada no Rio de Janeiro em abril, que o Brasil precisaria de 10 estádios em perfeitas condições para ser aprovado pela Fifa como sede. Ele teria ainda citado as vantagens em se trazer um campeonato de tal porte para o país, comentando ter conferido pessoalmente as melhorias que estão sendo feitas aqui na Alemanha, como diversas obras e reformas nas estradas. A idéia de sediar a Copa do Mundo conta também, segundo a mídia alemã, com o apoio do presidente Lula. O próprio presidente da Federação Joseph Blatter declarou recentemente na Suíça que o Brasil tem grandes chances de receber o Mundial, já que este vai ocorrer na América do Sul em 2014 e o país seria o favorito como sede.
Quem está acompanhando os preparativos em solo germânico sabe que é preciso muitos anos de trabalho árduo, profissionais competentes nos mais diversos setores, investimentos financeiros, parceiros, boas idéias, solidariedade e infra-estrutura básica (transporte público, água, luz, hospedagem e afins) para receber milhares de turistas. Mesmo assim, estar sujeito a críticas e falhas, reconhecer as mesmas e tentar repará-las.
No setor segurança, a Alemanha conta, por exemplo, com apoio da União Européia e se reuniu com especialistas de diversos paises para programar a melhor estratégia durante o campeonato. Resta a pergunta: teríamos o mesmo apoio do Mercosul?
Vários profissionais, especialmente policiais e bombeiros, estão proibidos de tirar férias no período como forma de assegurar o contigente necessário. A polícia de Berlim fará sua maior atuação desde a 2ª Guerra Mundial, criou um serviço especial para atender a população durante o torneio, simulou situações de emergência para testar sua eficiência e está aprendendo inglês para entender o turista.
Grande parte da sociedade alemã está se envolvendo de maneira voluntária, oferecendo um quarto em sua casa, sugerindo atividades criativas, prestigiando os eventos, consumindo os produtos, gravando propagandas em troca de uma camiseta da seleção alemã, aprendendo novas línguas e costumes, enfim, não está passiva esperando a festa, mas sim participando da organização da mesma.
Fazer a Copa no Brasil parece excelente idéia para qualquer cidadão que torce pelo desenvolvimento e pelo sucesso do país tropical. Quando o país, porém, sentir que tem realmente condições de produzir um espetáculo grandioso, e para isso precisa realizar esforços, melhorar sua imagem e reforçar a auto-estima de seus cidadãos - anfitriões no caso de uma Copa em casa.
Se estamos realmente prontos para isso já em 2014, é uma incógnita, espero que sim e que consigamos nos estruturar com seriedade porque para investir tempo, dinheiro, energia e expectativas arriscando um fiasco não vale a pena. É desgaste demais para uma população que não merece mais sofrer e sim conseguir, em primeiro lugar, condições básicas para viver decentemente em vez da constante ilusão de que a vida é uma festa, ainda mais se esta for mal organizada.
Wednesday, May 31, 2006
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