Friday, February 02, 2007
Quando proteger o meio ambiente deveria ser óbvio
Incrível como meus colegas jornalistas estampam nas páginas dos jornais que "A humanidade é responsável pela destruição do meio ambiente".
Não era óbvio?
Meu Deus, não era óbvio que estamos estragando nosso país com o consumo exacerbado, o desperdício, a industrialização...e isso há décadas!
E agora, após a confirmação do que já sabíamos há muito tempo, começa-se a discutir que temos de poupar energia, consumir menos, não desperdiçar a água, reciclar o lixo....
Mas, não era óbvio?
Ouço e procuro fazer isso desde a minha infância, que vivi na década de 70/80!
Então o problema foi ser filha de educadores e ter a irmã mais velha sempre engajada com o Greenpeace/Internacional Anisty e afins que me fez ser mais conscientizada?
Talvez sim. Tanto que no nosso período de Unesp/Bauru, quando dividíamos um apê na Antonio dos Reis, Vera (a irmã) e eu lavávamos as latas e recipientes plásticos (para não juntar bichos, claro) e íamos empilhando o lixo reciclável na nossa pequena área de serviço, aguardando uma boa alma nos levar de carro até a praça ao lado da prefeitura, onde havia um único contêiner na época.
Ou íamos a pé carregando os "sacões", enfrentando os olhares tipo "quem são estes Ets..."
Mas já havia a discussão e comprovação de que uma folha de papel custava x árvores e só isso era motivação suficiente para reciclar aquele lixo que produziamos (com isso viámos também a montanha de lixo que um ser humano consegue produzir em tão pouco tempo!).
As atitudes no dia a dia sempre foram policiadas neste sentido, claro, falhando vez aqui vez ali.
Apagar a luz quando não se está no quarto, fechar a torneira para não desperdiçar água, não jogar o óleo na água por prejudicar o meio ambiente, guardar papéis e lixo no bolso até achar um latão para jogá-lo e, se não achar, trazer para casa!
Aqui vale uma história de um amigo alemão que, no meio da praça onde fica a maravilhosa Igreja em Memória ao Imperador Guilherme, no "ex centro ocidental" de Berlim, jogou um papel no chão.
E olha que aqui na Alemanha tem um lixinho a cada dez passos!
Reclamei na hora: "Pôxa, no Brasil eu entendo que as pessoas não tenham acesso à educação e façam isso. Mas você é um alemão instruído! Custa jogar na lixeira?"
Ele deu de ombros e respondeu: "pago imposto suficiente para ter serviço de limpeza pública".
NÃO É ESSA A QUESTÃO! Se este papel voar para o limpíssimo Spree, PODE MATAR UM PEIXE! Meu Deus, isso não é óbvio?
Desde 2003, descobri o click árvore, site que possibilita plantar uma árvore por dia de graça no Brasil.
Faz parte da minha rotina levantar e clicar (www.clickarvore.com.br).
Não só neste mas no site do câncer de mama (www.cancerdemama.com.br) e no The Rain Forest Site (http://www.therainforestsite.com/clickToGive/home.faces?siteId=4), onde se pode ajudar seis tipos diferentes de entidades apenas com um click.
Demora uns 5 minutos e dá uma paz no espírito saber que está se fazendo algo pela ecologia e pela humanidade, afinal, somos todos da mesma espécie, ou não?
É pouco, claro.
Muito mais pode ser feito por cada um de nós.
Mas parece que é mais cômodo assistir tudo de camarote, pensando que os outros são responsáveis pela desgraça, pelo "fim do mundo" e por isso mesmo você tem de ser um egoísta e pensar em si, consumindo, gastando, não reciclando, afinal, a vida é uma só.
O nível de egoísmo é tanto que o ser humano parece pensar "surgirão novas tecnologias que irão salvar a Terra", "iremos colonizar a Lua e Marte, já vou começar a comprar um terreno pros meus netos", "não vou estar aqui mesmo", "vamos viver o agora e nem pensar no amanhã", "nem quero ver tais notícias para não ficar deprimido"....as desculpas são inúmeras.
Pena, é muito triste.
Eu achava que era óbvio mas meus colegas estampam como manchetes uma verdade que todo mundo já sabia ou deveria saber. No entanto, tem medo de assumir.
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