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Ich empfehle dieser Artikel für alle die unseren aktuelle Situation in Brasilien besser verstehen wollen....danke Tagespiegel, Danke Sven Goldmann! :)
Eu recomendo este artigo para todos que querem entender melhor o que está acontecendo atualmente no Brasil.....Obrigada Tagespiegel, obrigada Sven Goldamnn! :)
(Unter auf portugiesische......embaixo em Português, traduzido por Maria Teresa Baptista Tetens)
http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html
Das Volk hat recht
Von Sven Goldmann, Tagespiegel, Sonntag
23.06.213
Trotz der Reformversprechen von
Präsidentin Roussef gehen die Proteste in Brasilien unvermindert
weiter. Dabei geht es vor allem darum, dass sich die Regierenden
nicht für die Regierten interessieren. Das ist kein brasilianisches
Problem, das ist eine globale Plage.
Brasilien bebt. Jeden Tag ein bisschen mehr, ein Ende ist nicht
abzusehen, und am Ende wird eine neue Ordnung stehen, und zwar nicht
nur für Brasilien, sondern für die moderne Gesellschaft. Es ist ein
Stück Weltgeschichte, das da gerade im fünftgrößten Land der Erde
zur Vorführung gebracht wird. Ein Volk erhebt sich gegen die
Diktatur, und es wird nicht lockerlassen, bis diese Diktatur besiegt
ist.
Herrscht in Brasilien eine Diktatur?
In diesem Land, das von einer Präsidentin regiert wird, die gegen
die Militärs gekämpft und für ihre Überzeugung im Gefängnis
gesessen hat, die sich dem Kampf gegen die Armut verschrieben hat und
von den Armen gewählt worden ist?
Natürlich herrscht in Brasilien eine Diktatur.
Aber es ist keine Diktatur im klassischen Sinne. Die großen,
die klassischen Diktatoren gibt es nicht mehr, von ganz wenigen
Ausnahmen abgesehen. Aber der greise Robert Mugabe in Simbabwe oder
der verrückte Kim in Nordkorea stehen nicht für den Rest der
Welt. Der arabische Frühling hat Gaddafi und Mubarak besiegt,
Castros Kubas hat längst kapituliert und sich an US-amerikanische
Investoren verkauft. Mugabe und Kim werden folgen. Die moderne
Informationsgesellschaft ist erhaben gegen die klassische Form der
Unterdrückung.
Die neue Unterdrückung ist subtiler, sie ist an keine
Weltanschauung gebunden. Die neue Unterdrückung basiert auf der
Teilung der Welt in drei Klassen: auf der einen Seite die Armen. Auf
der anderen die Reichen. Und dazwischen, als neue, als dritte Klasse,
die Nomenklatura aus Wirtschaft und Politik. Die Makler, die den
Wohlstand verteilen. Die die Weichen stellen für die Zukunft und
sich wenig für die Allgemeinheit interessieren und umso mehr für
das eigene Wohl.
Brasilien erhebt sich in diesen Tagen gegen eine Diktatur der
Arroganz, der Ignoranz, der Menschenfeindlichkeit. Gegen ein System,
dem es egal ist, dass es seinem Volk keine angemessene Bildung
ermöglicht und kein funktionierendes Gesundheitssystem. Gegen ein
System, das sich nicht darum schert, dass sich längst eine
Parallelgesellschaft etabliert hat mit einer Parallelregierung, die
gebildet wird von Drogenhändlern und Schutzgelderpressern. Gegen ein
System, das sich vom Rest der Welt feiern lassen will für seine
Fußballpaläste und dem es egal ist, wer sie bezahlt.
Aber panem et circenses, dieses in der Antike bewährte Modell –
es funktioniert in der Moderne nicht mehr.
Natürlich sind Plündereien und Randale nicht zu akzeptieren,
aber die Plünderer und Randalierer sind in dramatischer Minderheit
und stehen nicht für dieses aufbegehrende Brasilien. Es ist das
gemeine Volk der regierten Brasilianer, das sich erhebt. Und das Volk
hat recht.
Wie sehr sich das regierende Brasilien abgewendet hat von denen,
die es regiert, zeigt die Dreistigkeit, ausgerechnet zum Confed-Cup,
dieser Generalprobe für die Fußball-Weltmeisterschaft, die
Busfahrpreise zu erhöhen. Die Regierenden haben sich anfangs lustig
gemacht über die Proteste der Regierten, es ging ja nur um 20
Centavos. Mal abgesehen davon, dass 20 Centavos für die Regierten
einen anderen Stellenwert haben als für die Regierenden: Es geht
nicht um 20 Centavos.
Es geht darum, dass gerade 0,4 Prozent des Bruttoinlandsprodukts
in die Bildung investiert werden. Es geht darum, dass
Milliardenbeträge verschleudert werden für Fußballstadien in
Brasilia, Cuiabá oder Manaus, die den Regierenden als Weihestätten
dienen und die im Alltag keiner braucht, weil der Fußball in
Brasilia, Cuiabá oder Manaus keine Rolle spielt. Es geht darum, dass
es in der Wirtschaft keinen Wettbewerb gibt, dass Kartelle den Markt
beherrschen und sich ihre Gewinne von der Allgemeinheit bezahlen
lassen.
Und vor allem geht es darum, dass sich die Regierenden nicht für
die Regierten interessieren. Das ist kein brasilianisches Problem,
das ist eine globale Plage. Brasilien hat den Anfang gemacht, und es
wird anderen Menschen Mut machen, in Argentinien oder China oder
Nigeria.
Brasilien wird, Brasilien darf nicht allein bleiben.
Artikel von Sven Goldmann, Tagespiegel,
Sonntag, 23.06.2013
http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html
*(Übersetzung auf
Portugiesische von Maria Claudia Baptista Tetens/ tradução por
Maria Claudia Baptista Tetens, professora de alemão)
O povo tem razão
Por Sven Goldmann, Tagespiegel,
domingo, 23 de junho de 2013
Os protestos no Brasil prosseguem apesar das promessas de reforma
da presidenta Roussef. O motivo principal é o fato de os governantes
não se interessarem pelos governados. Este não é um problema
brasileiro. Esta é uma praga global.
O Brasil está tremendo. A cada dia um pouco mais. Não se pode
ver o fim, e no final existirá uma nova ordem, mas não apenas para
o Brasil, e sim para a sociedade moderna. É um pedaço de história
mundial que acontece neste momento no quinto maior país da terra. Um
povo se levanta contra a ditadura, e não arredará o pé, até que a
ditadura tenha sido vencida.
Existe uma ditadura no Brasil?
Neste país, governado por uma presidenta que lutou contra os
militares e esteve na prisão pelo que acreditava, que se dedicou à
luta contra a pobreza e foi eleita pelos pobres?
É claro que existe uma didatura no Brasil.
Mas não é uma didatura na acepção tradicional. Não existem mais
os grandes, os clássicos ditadores, tirando-se algumas poucas
exceções. Mas o ancião Robert Mugabe no Simbabwe ou o louco Kim na
Coreia do Norte não representam o resto do mundo. A primavera árabe
venceu Gaddafi e Mubarak, a Cuba de Castro já rendeu-se há muito e
vendeu-se aos investidores norte-americanos. Mugabe e Kim virão em
seguida. A moderna sociedade da informação é soberana contra esta
forma clássica de opressão.
Brasil – Protestos contra a corrupção
A nova opressão é sutil, não está ligada a nenhuma ideologia. A
nova opressão baseia-se na divisão do mundo em três classes: de um
lado os pobres. De outro os ricos. E no meio, como nova, como a
terceira classe, a classe dominante da economia e da política. Os
corretores, que dividem o bem-estar. Que definem as políticas para o
futuro e se interessam pouco pela maioria, muito mais pela sua
própria prosperidade.
O Brasil se levanta nestes dias contra a ditadura da arrogância, da
ignorância, da desumanidade. Contra um sistema que não se importa
se não permite ao seu povo uma formação adequada nem um sistema de
saúde que funcione. Contra um sistema que não liga a mínima para o
fato de uma sociedade paralela ter-se estabelecido há muito, com um
governo paralelo, que é constituído por traficantes de drogas e
milícias que exigem dinheiro em troca de proteção. Contra um
sistema que quer ser festejado pelo resto do mundo pelos seus
palácios do futebol e que não se importa com quem os financia.
Mas pão e circo, este modelo eficiente na Antiguidade – não
funciona mais nos tempos modernos.
É claro que não se pode
aceitar saques e distúrbios, mas os saqueadores e os desordeiros são
a pequena minoria e não representam este Brasil que se revolta. É o
cidadão comum dos brasileiros governados que se levanta. E o povo
tem razão.
Justamente na Copa das Confederações, a petulância do ensaio
geral para a Copa do Mundo de Futebol mostra o quanto o Brasil
regente se distanciou daqueles que rege, através do aumento das
passagens de ônibus. Os governantes, no início, debocharam dos
protestos dos governados, porque tratava-se de apenas 20 centavos.
Tirando-se o fato de que 20 centavos tenham valor diferente para
governados e governantes: não se trata de 20 centavos.
A questão é que somente 0,4 % do produto interno bruto são
investidos na educação. A questão é que bilhões são
desperdiçados em estádios de futebol em Brasília, Cuiabá ou
Manaus, que servem aos governantes de templos sagrados, que no dia a
dia ninguém precisa, porque o futebol em Brasília, Cuiabá ou
Manaus não tem importância. A questão é que não existe
concorrência na economia, que cartéis dominam o mercado e que
deixam que a coletividade pague os seus lucros.
E principalmente a questão é que os governantes não se interessam
pelos governados. Este não é um problema brasileiro, esta é uma
praga global. O Brasil deu a partida e dará coragem a outras
pessoas, na Argentina ou na China, ou na Nigéria.
O Brasil não ficará, o Brasil não pode ficar sozinho.
http://www.tagesspiegel.de/meinung/proteste-in-brasilien-das-volk-hat-recht/8392350.html