Monday, October 29, 2007

Entrevista para a Deutschlandradio

Entre os vários compromisso de Davi Kopenawa Yanomami em Berlim, esteve a entrevista para a Deutschlandradio.

Clicando no título deste post, o leitor tem o link para conferir o resultado, em alemão.

Wednesday, October 24, 2007

Davi Kopenawa e seu filho Dário em Berlim nesta terça-feira



Apesar do cocar que Davi Kopenawa Yanomami trazia na cabeça ser vermelho, amarelo e preto, a intenção não foi homenagear a Alemanha, como perguntou o locutor da Deutschlandradio na entrevista realizada ao meio-dia, programada para ir ao ar na sexta-feira e ser transmitida para toda a Alemanha. "O amarelo é por causa do sol, o preto, a escuridão e o vermelho, o sangue, a vida“, explicou ao jornalista.



A entrevista foi uma das atividades que Davi participou aqui na Alemanha. De manhã, ele esteve no Instituto Konrad-Adenauer (Konrad-Adenauer-Stiftung) e após a rádio, realizou outra entrevista com o jornal Berliner Morgenpost, para a página intitulada de „Passeio por Berlim“ (Spaziergang durch Berlin).

Na agenda desta terça-feira, dia 23 de outubro, esteve ainda o encontro como o doutor jurista Harmut-Emanuel Kayser (presidente da Sociedade Teuto-brasileira/Vorstand Deutsch-Brasilianische Gesellschaft), no escritório da Survival.



Acompanhado do seu filho Dário Vitório Xiriana, contou ainda com Laura Engel (Survival International Deutschland e.V. - Koordinatorin), Stephen Corry (Survival International – Direktor/Geschäftsführer) e Fiona Watson (Survival International) em sua comitiva.

Pela primeira vez na capital da Alemanha, os próximos dias estão ocupados com compromissos com políticos e autoridades. Para a quarta-feira está prevista a entrega da carta ao governo alemão, na qual Davi pede apoio aos povos indígenas por meio da ratificação da Convenção 169. Davi pretende ainda chamar a atenção da comunidade aos problemas enfrentados na Floresta Amazônica.


"Hoje perdem os índios, amanhã, a humanidade“

A familiaridade que Davi e Dário demonstram com o concreto e a modernidade (durante a entrevista para a rádio, Dário produziu as fotos) fazem esquecer que ambos moram, na verdade, no meio da floresta Amazônica.

E para o homem branco, a idéia de viver sem eletricidade, água encanada, roupas e outros acessórios em pelo século XXI, podem soar um tanto estranho. "Acordamos com a luz e dormimos com a escuridão, como sempre foi, como nosso organismo naturalmente sempre fez“, explica o Yanomami ao ser indagado pelo repórter da Deutschlandradio. "Omã, o criador, deu a escuridão para o corpo descansar. A floresta nos acompanha como um pai e a terra é nossa mãe“.

Mostrar para a "civilização“ o que é a vida na floresta e porque ela deve ser respeitada, é uma das missões de Davi. "A terra sempre foi nossa, sempre esteve lá. As pessoas não podem simplesmente matar, derrubar, vender. Nós não esquecemos nossos costumes e origens, estou aqui para ensinar as pessoas a pensar e sonhar a floresta, a respeitar a natureza e o que existe dela, queremos que vocês nos escutem!“



Ainda relatando como as tribos e os indígenas se organizam no cotidiano, Davi, que é um xamã, explica por meio de uma comparação com a sociedade civilizada: "É como um médico que tem seus equipamentos, mas usa o espírito da floresta para curar, a força da natureza.“
Nem sempre, porém, as doenças são vencidas e este é outro ponto de grande preocupação dos índios. "O homem branco trouxe a malária, a gripe que está maltratando muito meu povo e doenças sexualmente transmissíveis. Estamos tristes, doentes, muito preocupados com isso tudo. O homem traz veneno para nossa terra, polui nossa água. Aprendi a falar português para que vocês possam me escutar!“.
Suas terras teriam sido demarcadas pelo então governo Collor, mas até hoje não foram legalmente instituídas.




Davi comenta estar pressionando os políticos por saber que há interesses econômicos que dificultam a luta dos índios. Projetos de mineração, construção de novas estradas, entre outros, assustam mais ainda. "Estamos cercados por uma cobra enorme que quer nos engolir, nossa luta não pode deixar acontecer isso. Queremos nosso direito à terra. Quanto mais pressionar os governos, mais chances temos. O índio não ganha nada com tudo isso, só perde. Hoje perde o índio, mas com a destruição da natureza, amanhã perde toda a humanidade.“

Sandra Mezzalira Gomes
Jornalista/assessora para imprensa brasileira e latino-americana para visita de Davi e Dário a Berlim
Survival Deutschland
Greifswalderstr. 4
Haus der Demokratie und Menschenrechte

10405 Berlin
+49-30-72293108
le@survival-international.de
www.survival-international.de

Monday, October 22, 2007

Xamã Yanomami pede ajuda a chanceler alemã Merkel

Prezados colegas e amigos,


Estamos divulgando a vinda do Davi Kopenawa Yanomami, xamã e líder dos índios da Amazonas a Europa, com intuito de reforçar sua luta em prol do meio ambiente, diretos humanos e de demarcação de terra das tribos locais.


Detalhes e informações sobre a visita estão nos anexos.

Peço encarecidamente que divulgem o email e ainda, encaminhem para os respectivos editores o material para eventual divulgação.

Desde já agradeço a atenção dispensada,

Cordiais saudações,


Sandra Mezzalira Gomes
Jornalista/assessora para imprensa brasileira e latino-americana

Survival Deutschland
Greifswalderstr. 4
Haus der Demokratie und Menschenrechte

10405 Berlin
+49-30-72293108
le@survival-international.de
www.survival-international.de


REALESE SURVIVAL INTERNATIONAL

Líder dos índios amazonas e já reconhecido internacionalmente por suas atividades em prol dos Direitos Humanos, Davi Kopewana Yanomami chegou na Europa dia 15, acompanhado do seu filho, com a missão de nas próximas duas semanas, conseguir apoio principalmente do governo britânico e alemão para acabar com o desmatamento da floresta amazônica.




Nesta quinta-feira ele entregou uma carta ao governo britânico, na qual explica o sofrimento que os povos indígenas vem passando nos últimos anos e lembra da importância da Convenção 169 da OIT, lei que protege sua população e suas terras. „Eu ouvi que vocês não querem assinar a convenção porque não há índios no Reino Unido. Mas o que os índios fazem nos outros países ainda pode afetar o desenvolvimento dos projetos beneficiados pelo Reino Unido“, lembra Davi num trecho da carta (release com detalhes anexo em inglês).

Na próxima semana ele será recebido no Parlamento Alemão, e pedirá ao governo alemão para assinar a Convenção. Até hoje a Alemanha é outra que tem negado assinar o documento.

Durante sua estada em Berlim, Davi encontrará com representantes de todos os grandes partidos.

Ele estará entre 23 e 26 de outubro a disposição da imprensa
BERLIM: Encontro para produção de fotos na quarta-feira, dia 24 de outubro, às 15:30 horas, em frente ao „Bundeskanzleramt“ (Chancelaria Federal), Willy-Brandt-Straße 1, 10557 Berlin

O xamã Davi Kopenawa Yanomami vai pedir pela proteção dos grupos indígenas, da floresta e alertar contra as catástrofes climáticas: ”Vocês brancos, sempre falam em desenvolvimento e nos dizem que devemos ser como vocês. Nós sabemos, no entanto, que isso só nos traz doenças e mortes. Agora vocês querem comprar parte da floresta para fabricar bio-combustível. Isso não faz sentido.“



Davi foi agraciado com o prêmio Global 500 da Organização das Nações Unidas (OnU) por seu trabalho. Recentemente, encontrou com o presidente Lula em São Gabriel da Cachoeira (AM) e deixou claro o desejo dos indígenas se colocando contra a mineração nas terras demarcadas.

Para marcar entrevista, obter mais informações ou fotos, contatos com Laura Engel (em inglês) pelo telefone 030-72293108 ou Email info@survival-international.de

Informações e material em português com a jornalista Sandra Mezzalira Gomes* pelo Email: sandragomes66@hotmail.com.


*no dia 24 a jornalista brasileira estará presente e a disposição para ajudar em eventuais traduções

Davi Kopenawa Yanomami -Xamã e líder indígena




Davi Kopenawa Yanomami é xamã e líder dos índios na Floresta Amazônica. Ele nasceu em uma tribo Yanomami Tootobi, próxima a fronteira com a Venezuela. Dedicou sua vida a lutar pelos direitos do seu povo e sua terra, foi reconhecido e convidado para dividir sua experiência com outras tribos.

Desde 1989 Davi se engaja pela prevenção da saúde dos Yanomami. O projeto „Demini“ começou no ano seguinte e favoreceu mil índios de 25 comunidades. Sua trajetória no exterior também começou neste ano quando então Davi, o primeiro líder Yanomami, saiu do Brasil convidado pela Survival. Veio ao Reino Unido e Suécia, para receber o Survival den Right Livelihood Award (um Nobel „alternativo“). Sua presença chamou a atenção da imprensa e ajudou a impulsionar a Campanha Internacional pelo Direito a Terra dos Yanomami, realizada desde 1972 pela Survival.

Os 10 mil Yanomami do Brasil (quase um mesmo número também vive na Venezuela) formam a maior população indígena brasileira que vive relativamente isolada. Nos últimos 25 anos no entanto, por causa de construção de estradas, invasão dos colonos e ainda, desde 1986, os garimpeiros, suas terras começaram a ser transformadas. Mais do que isso. Violentos confrontos entre garimpeiros e índios geraram várias vítimas.

Um dos melhores documentários sobre o assunto é de 1993 quando 16 índios foram massacrados, inclusive mulheres e crianças. Davi trabalhou com a polícia a encontrar os sobreviventes e ajudá-los. Deu ainda apoio as várias índias vítimas de violência sexual.

A maior causa de mortalidade entre os índios não está, no entanto, diretamente ligada a violência e sim, às doenças trazidas pelos garimpeiros, especialmente uma variante mortal da malária. Em apenas seis anos desde 1989 os Yanomami perderam um quinto da sua população vítima da doença.

A solução para este problema está na garantia do direito a terra. A campanha para assegurar tal direito está sendo feita no Brasil pela Organização Não-Governamental (OnG) „Comissão para a Criação do Parque Yanomami, chamada de Pró-Comissão Yanomami e pela Survival Internacional. Nas duas entidades, Davi assumiu um papel fundamental.

Nos últimos noves anos deste trabalho, Davi esteve com várias personalidaes e políticos, entre eles o então presidente José Sarney e Fernando Collor de Mello. Deste, foi o convidado de honra em 1991 quando a bem-sucedida campanha pela terra dos Yanomami chegou ao fim e foi formalizada em uma cerimônia.
Nos anos seguintes, se engajou visitando os Estados Unidos, a Inglaterra e outros países procurando chamar a atenção para causas ecológicas e os direitos humanos, levando suas causa para diversas autoridades internacionais. Em 1998 Davi foi agraciado com o prêmio „Global 500“ da Onu por seu trabalho pelo meio ambiente. Em 1999 ele recebeu do então presidente Fernando Henrique Cardoso a „Ordem do Rio Branco“.



Recentemente, encontrou com o presidente Lula em São Gabriel da Cachoeira (AM) e deixou claro o desejo dos indígenas se colocando contra a mineração nas terras demarcadas por agredirem a natureza. O presidente lançou no último dia 21 a Agenda Social dos Povos Indígenas, também chamada de Programação de Aceleração do Crescimento (PAC) Social Indígena.

Esta viagem a Europa deverá, além de chamar atenção para os antigos problemas, pressionar o governo alemão e britânico para reitificarem a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que regulariza alguns direitos da população indígena.

Sugestões de websites para pesquisa:

http://200.170.199.245/nsa/detalhe?id=2532

http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/marcosrolim/vilhena_yanomami.html

http://www.violenciasexual.org.br/PDF/indias_yanomami_marcos_rolim.pdf

http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1574/yanomami

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12730

http://www.overmundo.com.br/blogs/jornalista-inglesa-relata-em-livro-o-massacre-dos-yanomami

http://www.aaanet.org/committees/cfhr/rptyano3.htm

http://fotosite.terra.com.br/especiais_arquivo/claudiaandujar.htm

http://indios.blogspot.com/

http://www.comciencia.br/reportagens/genetico/gen06.shtml

Convenção 169 – OIT

http://www.socioambiental.org/pib/portugues/direito/conv169.shtm

http://www.institutoamp.com.br/oit169.htm

http://www.cjf.gov.br/revista/numero33/artigo02.pdf

http://www.brasiloeste.com.br/noticia/725/

Friday, October 12, 2007

Exklusiv André Lima: „Ich hoffe, dass bald die Herthaner stolz auf mich sein können"

Sandra Gomes (Deustche Korrektur von Christian Menzel)

Der André, der mir das Interview auf dem Weg zur Umkleidekabine gibt, sieht anders aus als André Lima der Stürmer, der vor ein paar Minuten während des Trainings bei Hertha noch etwas traurig wirkte.

Seine Körpersprache zeugte von einer gewissen Traurigkeit, die später während des Interviews völlig verschwunden war. Vor der Umkleidekabine treffe ich einen selbstbewussten, lächelnden und motivierten André, der bereit ist, über vieles offen zu reden: seine Anpassungsschwierigkeiten auf und außerhalb des Platzes, sein Verhältnis zu seinen Kollegen, über die Stadt, den Trainer sowie seine Enttäuschung über sich selbst, weil er es bis jetzt noch nicht richtig schaffte, die Herthafans so zu begeistern, wie bis vor kurzem noch die Fans Botafogos. Aber er wirkt zuversichtlich: Seine gute Leistung wird sicherlich bald zurückkommen.


André ist religiös, ein eher häuslicher Typ. Gute Freundschaften sind für ihn das Wichtigste. Lucios Verletzung hat ihn tief getroffen. Er ist sein bester Kumpel in Berlin, mit dem er bis zur Ankunft seiner Familie die meiste Zeit verbracht hat. André besucht Lucio fast täglich. Er macht sich Sorgen, wie sich seine Frau und Tochter wohl zu Recht finden werden. Neben der Eingewöhnung bei Hertha musste er sich auch noch die Grundkenntnisse der deutschen Sprache aneignen, sich an den neuen Fussballstil gewöhnen, eine Wohnung suchen und diese einrichten. Er musste die Stadt und das Land kennen lernen, die deutsche Bürokratie sowie die "Do-it-yourself“-Mentalität der Deutschen.

Die jugendliche Lust und der Torschütze André, die bei Botafogo zu sehen waren, sei noch da, verspricht er und, dass er sein Bestes geben werde um Hertha zu vielen siegreichen Spielen zu führen. Er bittet Fans und Kritiker aber um ein wenig Geduld. Es ist offensichtlich, dass der 22-Jährige, der für 3,5 Millionen Euro eingekauft wurde, unter enormem Druck steht.

Seine eigene Kritik richtet sich auch an die Presse, die ihn nicht immer fair behandelt habe. Viele Reporter umschrieben in eigenen Worten, was er gesagt habe und am Ende stehe eine Geschichte, die nicht mehr das wiedergebe, was er sagen wollte. Manchmal habe er den Eindruck, dass vergessen werde, dass Fussballspieler auch noch Menschen seien.

Ich habe gestern ein paar der Kritiken, auch im Forum von Hertha online gelesen. Es gibt einige, die Dich verstehen und unterstützen. Andere kritisieren Dich. Wie gehst du damit um?

Auch ich bin nicht zufrieden mit mir, da ich weiss, welche Leistung ich in Brasilien gezeigt habe. Die Erwartungen - auch von mir - sind sehr hoch. Man muss aber auch verstehen, dass es ein paar Gründe gibt, warum ich hier nicht genau so wie in Brasilien spielen kann.

Zum Beispiel das kalte Wetter?

Das kalte Wetter ist nicht so schlimm. Es ist vielmehr die Art zu spielen. Es ist für mich ein ganz neuer Stil, den ich hier spiele, total anders als das, was ich bis jetzt in Brasilien gespielt habe. Wer hier ähnlich spielt, ist Pantelic. Ich muss ihm hier helfen und er mir auch.

Du meinst Deinen Platz auf dem Feld?

Ja, die neue Position ist für mich schwer. Ich muss mich sehr anpassen, um den Anforderungen meines Trainers gerecht werden zu können. Ich bin mir sicher, ich kriege das noch hin. Bitte nur noch ein wenig Geduld.



Der Trainer ist aber nett zu dir?

Sehr sogar! Und er unterstützt mich dabei, obwohl es für ihn auch sehr anstrengend sein muss. Abwehr ist nicht meine Stärke, auch nicht, Torchancen vorzubereiten, statt selbst Tore zu schießen, wie ich es bei Botafogo gemacht habe.
Obwohl ich die deutsche Sprache kaum kenne, verstehe ich viel von dem, was man derzeit über mich erzählt. Es ist nicht einfach zu lesen, dass sich mein Einkauf für Hertha nicht gelohnt habe und der Preis viel zu hoch gewesen sei. Auch wenn meine Frau und meine Tochter hier sind, so habe ich noch meine Eltern und den Rest meiner Familie in Brasilien, die das dann auch lesen. Dies macht mich traurig.

Findest du die Deutsche Presse „härter“ als die Brasilianische Presse?

Ich denke nicht, dass sie „härter” ist. Ich habe aber manchmal den Eindruck, dass sie Sachen schreiben, ohne über die Konsequenzen nachzudenken, z.B. dass ich eine 2-jährige Tochter habe und eine schwangere Frau. Ich kann zwar nicht alle Texte verstehen, es gibt aber genug Techniken im Internet, um sich Inhalte übersetzen zu lassen. Ich finde es schade, dass man mich nicht mehr so sieht, wie ich hier angekommen: lächelnd.

Ich habe bemerkt, dass du ein wenig traurig aussahst.

Klar, ich habe mehr Verständnis erwartet, dass ein Monat nicht ausreicht, sich an alles zu gewöhnen. Meine Frau und ich haben uns noch nicht vollständig an die Zeitumstellung gewöhnt. Meine Tochter schläft erst um 3 Uhr früh ein. Wir haben noch nicht den richtigen Rhythmus gefunden, ich bekomme noch nicht genug Schlaf.

Und es belastet Dich, dass dies nicht verstanden wird, oder?

Ja, es drückt auf meine Motivation. Da ich aber sehr gläubig bin, bin ich zuversichtlich, dass mir Gott wieder Kraft geben wird, um auf dem Niveau anzukommen, mit dem ich Botafogo verlassen habe. Ich will nichts beweisen, aber es ist nur fair, hier wieder so fit zu werden, wie ich es in Brasilien war.
Für alles gibt es den richtigen Zeitpunkt und ich bin hier erst seit einem Monat. Ich brauche noch Zeit, mich an den Fussball hier zu gewöhnen. Die Deutschen spielen sehr schnell mit vielen Ballkontakten. Wer den brasilianischen Fussball kennt, der weiss, dass es dort anders ist.

Und was ist mit Gilberto, Mineiro, Lúcio, der gerade verletzt ist...

Zu all dem kam auch noch die Verletzung von Lucio, mit dem ich sehr befreundet bin. Bevor meine Frau und Tochter eintrafen, waren wir 24 Stunden am Tag zusammen. Seine Verletzung hat auch mich sehr getroffen. Seine Behandlung kann noch Monate dauern. Dies ist aber nun mal das Risiko eines Fussballers. Ansonsten geht es ihm relativ gut und wir versuchen uns täglich zu sehen. Er war der erste, der mir hier geholfen hat.

Aber Gilberto und Mineiro hatten auch diese Anfangsprobleme erlebt. Hast du mit ihnen geredet?

Mit Gilberto habe ich kaum private Kontakte. Mit Mineiro telefoniere ich oft. Er hat mir auch gesagt, dass dies normal sei und er das alles auch erlebt habe. Sogar der Dieter (Hoeness, Herthas Manager) baut mich auf, dass ich es in ein, zwei Monaten schon hinkriegen würde. Die Leute wollen immer sofort Ergebnisse sehen. Leider ist es ja beim Fussball auch oft so: Du bist eingekauft, du musst Ergebnisse zeigen. Besonders bei einem derart hohen Preis wie bei mir.


Und das vielleicht auch, weil du jetzt der vierte Brasilianer bist...

Sicherlich ist die Erwartung an Ausländer höher, es wird ja auch mehr bezahlt. Momentan ist es schwer, da alle enttäuscht sind, auch ich selbst. Ich weiss ja von Botafogo am Besten, was ich für eine Mannschaft leisten kann. Aber es ist nur eine Frage der Zeit. Wer von Fussball eine Ahnung hat, der kennt die Anfangsschwierigkeiten und unterstützt mich. Ich muss ja gleichzeitig auch noch in meiner freien Zeit eine Wohnung und Möbel suchen und umziehen.

Weiss man bei Hertha von Deinen Alltagsproblemen? Kann man Dir von dort aus nicht helfen? Was ist mit Alcyr Pereira, der Gilberto anfangs auch viel geholfen hat? Machst du alles allein? Einkaufen auch?

Pereira hat seine eigenen Aufgaben. Er arbeitet für Hertha, man kann ihn nicht wegen jeder Kleinigkeit belästigen. In den Supermarkt gehe ich allein! Ab und zu hilft mir ein brasilianischer Fan, der Mauricio, der hier über 20 Jahre lebt. Er war mit mir in ein paar Möbelgeschäften. Es gibt auch Christian, einen Freund von Mineiro. Er hat mir z.B. heute Morgen um 7 Uhr früh bei einer Möbellieferung geholfen.

Naja, hier ist doch alles anders als in Brasilien, du muss fast alles allein erledigen?

Genau. Dort war es ganz anders. Es scheint zunächst vielleicht nicht so, aber am Ende ist man von vielen Kleinigkeiten überfordert. Ich kann nur die Fans, die Kritiker und diejenigen, die mich unterstützen bitten, ein bisschen mehr Geduld zu haben. Irgendwann, wenn ich das erstes Tor geschossen habe, dann wird eins nach dem anderen kommen. Ich werde den Fussball spielen, den Ihr von mir aus Brasilien erwartet.

Du kannst dich heute um 18 Uhr im Hertha-Chat mit den Fans unterhalten. Erwartest du, dass man Dir die Chance lässt, auszureden?

Ja, ich hoffe das sehr. Ich spreche kein Deutsch und mit einem Dolmetscher ist es immer schwerer. Manchmal übersetzt in einem Interview der Dolmetscher nicht korrekt und so kann dann auch meine Antwort nicht mehr richtig verstanden werden. Dies ist mir sehr unangenehm. Deswegen werde ich mir große Mühe geben, schnell Deutsch zu lernen. Die Sprache ist aber nicht einfach.



Sprichst du Englisch?

Ein wenig. Ich hoffe, dieses Interview trägt ein bisschen dazu bei, dass die Leute auch meine Seite besser verstehen können. Ich bin auch nur ein Mensch, ich habe Familie. Ich habe sogar mit unserem Chef des PR-Bereichs über die Presse geredet. Es gab eine Zeitung, ich will ihren Namen nicht sagen, die vor zwei Tagen über die „Lima Katastrophe“ geschrieben hat.
Diese Leute verstehen nicht, was sie berichten. Sie wollen nur Zeitungen verkaufen und vergessen, dass man auch eine Familie hat. Für mich ist das o.k., ich kann damit leben. Ich höre es und vergesse es wieder, aber meine schwangere Frau, meine kleine Tochter, meine Eltern, sie verstehen es nicht, es bleibt in ihrem Kopf, es ist schwer.
Leute, die Fussball kennen und spielen wissen, dass ein Monat zu wenig ist, um Ergebnisse zu bringen. Ich habe einen Vierjahresvertrag und will mein Leben in Deutschland aufbauen.

Willst du bis 2011 bleiben?

Klar, sogar länger, 10, 15 Jahre.

Merkst du Unterschiede zwischen den Fans?

Ich rede sogar mit meiner Frau darüber. In Brasilien sind die Fans immer laut, hier sind sie ruhig. Sie kommen, bitten um ein Autogramm, sagen danke und gehen. In Brasilien sind sie viel euphorischer, da kommen sie auf das Spielfeld. Ich habe auch meiner Frau gesagt, dass es solche Stadien wir hier, wo die Fans von den Spielern getrennt sind, in Brasilien nie geben würde! Die Fans würden nach jeder Fehlentscheidungen des Schiedsrichters auf das Spielfeld rennen. Auch da merkt man die Unterschiede und man muss sich anpassen. Gilberto hat das Gleiche erlebt und sich irgendwann angepasst. Es ist alles nur Anpassung, die Leute sollten es verstehen.

Nach der ganzen Kritik ist der Trainer immer noch nett zu dir und unterstützt dich noch?

Ja, er hilft mir sehr, aber es gibt klare Grenzen. Ich weiss nicht, ob er seine Grenze schon überschritten hat. Ich kann ihm nur danken für alles und es ihm mit einer guten Leistung, die Hertha helfen wird zu siegen, zurückgeben. In meinen ersten 3 Spielen, die wir gewonnen haben, habe auch ich zu dem Sieg beigetragen, obwohl ich kein Tor schoss. Dafür bin ich auch hier.


Und ist es dir wichtiger, Deine Mannschaft zum Sieg zu führen, als selbst Tore zu erzielen?

Natürlich ist es wichtig, selbst Tore zu schießen, aber insgesamt ist es die Hauptsache, mit einem Spiel drei Punkte zu erreichen. Ein erfolgreiches Tor ist das Ergebnis harter Arbeit. Leider hatte ich dazu bisher keine Chance.

Und wie ist es für deine Frau, hier zu sein, mit einem Kind und schwanger, ohne wirklich Unterstützung zu haben?

Es ist noch etwas anderes. Deswegen wollte ich mich auch beeilen, meine Wohnung noch diese Woche einzurichten, bevor die Spiele wieder anfangen. So kann ich mich nachher voll auf den Fussball konzentrieren. Aber es ist alles nicht so leicht hier und es gibt noch so viel zu tun. Erst gestern habe ich die Schlüssel für meine neue Wohnung bekommen.
Wir brauchen auch noch einen Arzt, der Spanisch spricht, um meine Frau während ihrer Schwangerschaft zu begleiten. Zudem müssen wir noch eine Kita für meine Tochter finden.

Und dazu kommt noch die öffentliche Kritik an Dir?

Ich habe versucht, die Journalisten, die nicht portugiesisch sprechen, in den letzten 2 Woche zu meiden. Sie können mich nicht richtig verstehen und dann will ich lieber kein Interview geben. Bevor sie etwas Falsches über mich schreiben ist es mir lieber, gar nicht zu sagen.
Die brasilianische Presse ist da aber noch viel schlimmer. Dort werden die Fans sogar von der Presse motiviert, mit den Spielern zu streiten. Aber dort verstehen die Journalisten zumindest, was ich sage. Hier kommt noch dazu, dass man die brasilianische Lebensart nicht versteht. Und wir müssen auch immer etwas anderes, besonderes zeigen. Ich habe aber keine Lust, jedem einzelnen das gleiche erzählen zu müssen.

Und was ist mit der brasilianischen Gemeinschaft in Berlin, hast du schon Kontakte gemacht?

Ich war bei der Botschaft wegen der Papiere für meine Tochter, beim Café Favela und im Restaurant Brasil Brasileiro.

Und wie schaffst Du den Ausgleich zu Deinen ganzen Schwierigkeiten?

Es gibt jetzt anderthalb Wochen ohne Spiel, nur um zu arbeiten und sich zu konzentrieren. In dieser Woche werde ich versuchen, mich wieder zu motivieren. Heute war ich ziemlich unmotiviert. Ich muss mir die ganzen Geschichten anhören. Leute rufen mich an, meine Eltern und Verwandten fragen was ist los...

Kriegt man das alles in Brasilien auch mit?

Ja, man kriegt alles mit! Alle machen Kommentare darüber und die brasilianische Presse unterstützt mich. Dann kommt einem alles noch merkwürdiger vor. Aber ich glaube sehr an Gott und hoffe ab dem nächsten Spiel meinen richtigen Fussball zeigen zu können. Die Leute brauchen nur ein bisschen Geduld.

Thursday, October 11, 2007

Exclusiva com André Lima: Que em breve os hertanos possam se orgulhar de mim!



Por Sandra Mezzalira Gomes

O André que consigo brecar a caminho do vestiário parece outra pessoa do André Lima jogador, que minutos atrás, treinava meio cabisbaxo com os colegas do Hertha BSC, time da capital berlinense.

Sua expressão corporal demonstrava uma certa tristeza, confirmada posteriormente durante a entrevista, feita na frente do vestuário do clube nesta quarta-feira pela manhã, dia 10, quando um André mais confiante, animado e sorridente conversou por meia hora com a reportagem.

O atacante que marcou 12 gols para o Botafogo no campeonato brasileiro relatou suas dificuldades de adaptação tanto em campo quanto fora dele, comentou sua relação com os colegas, a cidade e o treinador, desabafou sua decepção consigo mesmo por ainda não estar produzindo para os hertanos as alegrias que deu até recentemente ao seus fãs brasileiros,e ainda, garantiu que sua forma vai voltar. Em breve, se Deus quiser.

Religioso, caseiro, André demonstra ter fé em Deus e valorizar verdadeiros amigos. A contusão do Lúcio, seu principal companheiro em Berlim até a chegada da sua família recentemente, também abalou o atacante que procura visitá-lo todos os dias.
André se preocupa ainda com o bem-estar da esposa Bárbara que está grávida de três meses e da filhinha Ágatha, de dois anos.

Além do Hertha, dividiu este último mês correndo atrás de papelada, casa nova, aprender o básico da língua, do estilo deles de futebol, conhecer um pouco do país e da cidade, enfrentando também as dificuldades culturais que qualquer estrangeiro encontra para sua adaptação, aprendendo a se virar com o jeito "do yourself“ do alemão.

A juventude, vontade e boa forma que demonstrou no Botafogo, no entanto, continuam lá, assegura o atleta que promete dar o melhor do seu lado para ajudar o Hertha a conquistar vítórias e pede, para os críticos e os torcedores, mais um pouco de paciência e compreensão.

Aos 22 anos e vendido por 3,5 milhões de euros, veio há cerca de um mês com uma enorme expectativa da torcida e apesar das boas atuações e das jogadas a gol, ainda não conseguiu marcar pelo time.

Comentando serem um pouco injustas principalmente a forma como são feitas algumas críticas da imprensa alemã, André reclama da falta de consideração de jornalistas que escrevem sem entender realmente o que o entrevistado falou ou pior ainda, modificando o mesmo e muitas vezes esquecem que o profissional jogador de futebol, também é um ser humano.



Estive acompanhando alguns fóruns de discussão dos torcedores do Hertha, tem quem apoie e quem critica. Como está lidando com isso?

Fico um pouco chateado comigo mesmo porque eu sei que a expectativa é grande, o pessoal viu o futebol que estava apresentando no Brasil mas eles também tem que entender que tem uma série de coisas que fazem com que eu ainda não esteja jogando como atuava lá.

Por exemplo, o frio?

O frio é de menos, o jeito de jogar, o meu estilo aqui está totalmente diferente do que no Brasil, quem joga do jeito que eu jogava lá aqui é o Pantelic (Marko), então tenho que ajudá-lo em campo e me ajudar também.

Você diz, nesta posição que você está?

Sim, na posição. É difícil para mim mas eu tenho que me enquadrar, a única coisa que posso pedir é que as pessoas tenham paciência que uma hora eu vou encaixar no que o treinador quer.

O técnico está sendo legal, te apoiando?

Tá sendo legal, está me apoiando, mas eu sei que é difícil, não é minha característica ter que marcar volante, ter que armar jogada assim em vez da finalização, que é o que eu fazia no Botafogo.
Sei que estão falando muita de mim, apesar de não saber muito a língua, entendo muita coisa. Estão falando algumas besteiras, que não estou valendo a pena para o Hertha pelo dinheiro que o clube gastou, ficou triste por isso. Tenho família, minha esposa tá aqui, minha filha tá aqui, meus pais, minha família toda no Brasil, eles lêem isso, eu fico chateado mas eu entendo a parte da imprensa



Você acha a imprensa alemã é mais "dura“ que a brasileira?

Não é questão de ser "dura“, mas acho que falam muita coisa que de repente eles não pensam. Atrás de mim tem uma filha de dois anos, minha esposa está grávida, apesar de não saber muito alemão tem vários recursos na internet com os quais consegue traduzir o texto... então fico chateado, é difícil você agora me ver como cheguei aqui, sorrindo.

Percebi que você parecia mesmo meio triste.

Eu fico triste, eu achava que as pessoas entendessem um pouco sobre o tempo que que é preciso para adaptar, minha filha ainda dorme às três da manhã, é difícil pra mim, tenho de ficar acordado com ela e tem treino oito horas da manhã no outro dia, as pessoas tem de entender..(André explica que tanto para a filha como para a esposa a mudança do fuso ainda não foi bem incorporada pelo organismo e a rotina dele também acaba então modificada)

E isso (a pressão e incompreensão) piora tudo?

Piora porque vai desanimando. Mas eu acredito muito em Deus, tenho certeza que Ele vai me dar forças para voltar a jogar o futebol que estava mostrando no Botafogo aqui. Não preciso provar nada para ninguém mas só pra confirmar o que já estava confirmado, estava bem no Brasil, nada mais justo estar bem aqui também.
Tudo tem sua hora certa, eu estou aqui há um mês, tem ainda mais um tempo para me adaptar também ao futebol daqui, que é muito rápido, tem muito contato, quem conhece sabe que o futebol no Brasil é diferente.

E o Gilberto, o Mineiro, o Lúcio, que agora está machucado...

Ainda veio esta contusão do Lúcio, que é a pessoa mais ligada a mim. Quando minha esposa e minha filha não estavam aqui, a gente ficava 24 horas juntos. Depois que ele se machucou eu fiquei muito triste, isso me abalou bastante emocionalmente. É uma contusão séria, a gente sabe que será difícil ele voltar rápido, vários meses de fisioterapia, a esposa dele, a filhinha que não entendem... mas é coisa de futebol a gente está sujeito a isso.
Ele está bem, procuro visitá-lo todos os dias. Ele foi a primeira pessoa que me ajudou quando cheguei aqui.



O Gilberto e o Mineiro também passaram por esta fase, você conversa com eles?

Eu quase não converso com o Gilberto, só converso aqui mesmo (no Hertha), ele tem a vida dele particular, não tenho muito contato. Eu converso bastante com o Lúcio que mora no hotel comigo, e com o Mineiro por telefone. O Mineiro fala que é normal, passou por tudo isso, o próprio Dieter (Hoeness, presidente do Hertha) diz que é tudo com tempo, daqui um mês, dois meses eu vou me adaptar. Mas as pessoas querem rápido, infelizmente no futebol é assim, você é comprado, você tem que dar resultado, ainda mais pela soma que foi a minha compra!

E talvez pelo fato de vc já ser o quarto brasileiro...

Com certeza por ser estrangeiro a cobrança é ainda maior, a cobrança não vem nos alemães que estão jogando mas nos brasileiros, que vem de fora, porque eles gastam mais dinheiro.
É chato, não só eles estão chateados comigo mas eu também estou chateado comigo, porque eu sei que eu posso render bastante no clube, como estava rendendo no Botafogo.
Mas acho que é tudo adaptação, tudo questão de tempo. As pessoas que entendem de futebol estão me apoiando porque sabem a dificuldade que estou passando.

Também tava procurando casa, agora em dia de folga saio para procurar móvel, comprar móvel, carrego móvel no meu carro...

Aqui é tudo diferente mesmo, você tem de se virar para fazer quase tudo sozinho

Pois é, no Brasil é outra coisa. Pode parecer pouca coisa mas de pouca em pouca, pode sobrecarregar muito. O que eu posso pedir aos torcedores, as pessoas que me criticam e que me apoiam é que tenham um pouquinho de paciência porque uma hora vai engrenar a coisa e, a hora que eu fizer um golzinho, vai vir mais, e vou voltar a jogar o futebol que eu estava jogando.

Já estou mais ou menos adaptado com o frio, com o clima, só algumas coisas agora com o futebol, o horário que ainda está pesando um pouco.. às vezes acordo meio em cima da hora e tenho de sair correndo.



E você já comentou com o clube sobre estes problemas do dia-a-dia, se eles não podem achar alguém para te ajudar? O Gilberto contou com apoio do próprio Alcyr (Alcyr Pereira, intérprete do Hertha para os brasileiros) no começo para fazer compras, etc.

Fica difícil, o Alcyr tem as coisas dele, é empregado do clube, tem de ajudar outros jogadores, só com coisa muito importante mesmo.

Está se virando sozinho pra ir no mercado?

Supermercado vou sozinho! De vez em quando aparece um torcedor brasileiro que vem aqui, o Mauricio, que está aqui há mais de 20 anos e me ajuda. Ele foi comigo na loja de móveis ajudar a pedir. Tem o amigo do Mineiro, o Christian, que foi hoje de manhã comigo lá correndo. Sete da manhã hoje estavam chegando os móveis no meu apartamento.

E sua família chegou logo depois e o que está achando, sua mulher grávida, sem apoio, estão estranhando?

É diferente sim. Peguei ontem a chave do apartamento, fui comprar móveis correndo para tentar mudar antes dos jogos e centralizar só no futebol, mas é dificil, as coisas aqui são complicadas.
Estamos correndo atrás de tudo ainda. Até médico para acompanhar a gravidez, tem de ser um médico que fale espanhol ou achar alguém que possa acompanhar em toda consulta. São muitos detalhes.

Você vai ter a oportunidade de conversar com os fãs no chat ao vivo hoje, às 18 horas. Espera que perguntem tudo isso, quer ter uma chance de falar?

Sim, espero que pergunte porque eu não falo alemao, é difícil conversar com repórter só com intérprete. Ás vezes, o repórter pergunta e o intérprete fala outra coisa totalmente diferente. Então de repente as pessoas não entendem o que você quer falar, é chato pra mim, eu tento me esforçar ao máximo para aprender o alemão o mais rápido possível, mas é difícil.

Está conseguindo um pouquinho?

Um pouco, o básico do futebol dentro do campo eu já sei mas é difícil conversar, ler e escrever principalmente, é muito difícil.


Você fala inglês?

Um pouco também. Mas eu espero que com esta entrevista as pessoas entendam um pouco meu lado também, sou um ser humano, tenho família, já tive conversas até com o Hans, o chefe da assessoria de imprensa sobre estas coisas, um jornal que não quero citar o nome publicou dois dias atrás algo como "Lima Katastrophe“!
A gente fica desanimado com estas pessoas que não entendem, que não tomam cuidado com as coisas que falam e, como repórteres, só querem vender jornal. Eu tudo bem, eu vivo do futebol, para mim entra por um ouvido e sai pelo outro. Mas minha esposa, que tá grávida, minha filhinha, meus pais, eles não entendem isso, para eles isso tudo fica "armazenado“ ali, é difícil.
Quem conhece futebol e joga futebol sabe que a pessoa não vai te dar resultado em um mês. São quatro anos de contrato aqui, é uma vida para construir na Alemanha.

Quer ficar até o final do contrato, 2011?

Claro, até mais, 10, 15 anos eu fico.

E sente diferença dos fãs?

Converso com minha esposa sobre esta diferença. No Brasil é aquela torcida, gritando, berrando, aqui tudo tranquilo, eles vem pedir autógrafo educamente, te agradecem...
Lá é aquela euforia, aquela coisa da torcida invadindo o campo no treino. Digo a minha esposa que, se tivesse um estádio deste no Brasil sem alambrado, o pessoal ia invadir o campo para brigar com o juiz caso ele errasse. Você sente isso, querendo ou não. O Gilberto também teve esta fase de adaptação, isso que as pessoas tem de entender, adaptação é a base de tudo.



E o que acha que dá pra fazer da sua parte para reagir, para dar "uma guinada“?

Agora tem uma semana e meia de trabalho, sem jogo, sem nada. Essa uma semana e meia vou tentar reanimar.
Hoje estava meio desanimado, além das coisas do futebol, a gente também é ser humano, fica escutando e lendo tudo isso, sua família está lendo, as pessoas ligam, meu pai, minha mãe, todo mundo liga falando das criticas.

Tá chegando tudo no Brasil?

Tá chegando sim, todo mundo comenta e a imprensa brasileira só me apóia, fica mais difícil de entender. Tenho muita fé em Deus que próximo jogo vou começar mostrar meu futebol, o pessoal só tem que ter um pouco de paciência, uma hora ou outra vou voltar a fazer o que fazia no Botafogo.

E o treinador mesmo com esta pressão e críticas, continua te apoiando, tem falado para não esquentar a cabeça?

Sim, ele tem me ajudado muito mas claro que a gente sabe que tem um limite. Eu não sei se o limite dele já estourou mas eu só tenho a agradecer a ele e quero retribuir isso ajudando a equipe. Tanto que os três primeiros jogos que fiz a gente ganhou, mesmo eu não fazendo o gol mas ajudando, estou aqui também pra ajudar.



E isso é mais importante do que até do que o gol, poder ajudar a equipe a vencer?

O importante é sempre ajudar, depois os meus gols, importante conseguir os três pontos do jogo. O gol é a consequência de um trabalho, uma oportunidade que se tem que eu não tive até agora desde que cheguei.

E como se não fossem problemam suficientes, ainda pioram com as críticas da imprensa alemã...

Tenho evitado há duas semanas de falar com alguém da imprensa alemã, com alguém que não fale a minha língua porque eles não me entendem e não quero ser mal interpretado. Se eu vou falar de um jeito e eles vão ouvir de outro, prefiro nem falar. Também não tenho vontade de ficar explicando um por um o que está acontecendo.
A imprensa no Brasil é ainda pior porque incentiva a torcida, leva ela junto e ela quer brigar com o jogador.
Semana passada deu problema no jogo do Botafogo e a torcida invadiu porque eles estavam perdendo.
Mas pelo menos eles (os jornalistas) entendem o que você está falando. Agora, aqui eles são alemães, não entendem exatamente o jeito brasileiro. E a gente tem de fazer sempre diferente, tem de fazer uma pedalada diferente, coisa que o alemão não sabe fazer, o alemão sabe bater, sabe marcar, sabe correr.

E qual o seu contato até agora com a comunidade brasileira?

Estive na Embaixada para resolver um problema de documento da minha filha, conheço o Favela Café e a Churrascaria Brasil Brasileiro.

N.R. Que este desabafo feito pelo André para reportagem seja corretamente entendido e que ele tenha paz neste tempo de adaptação, para conseguir fazer os herthanos tão felizes como fez os botafoguenses...


Saturday, October 06, 2007

Falling Georgie

Recebi por email, para relaxar...

"Formidável....

Pode-se ficar horas vendo isto!!!!!
Dizem que é a proteção de tela mais famosa nos Estados Unidos.
Clique no link abaixo. Se "ele" ficar entalado, clique nele e arraste
com o mouse, gire bastante, pendure pela perna ou braço,bata com a
cabeça nas bolas etc...divirta-se"


http://www.planetdan.net/pics/misc/georgie.htm

Monday, October 01, 2007

Festa para crianças no Forum Brasil quarta-feira


O Centro Cultural Forum Brasil promove nesta quarta, feriado da Reunificação da Alemanha, festa para as crianças! Participem, segue o convite abaixo:

"Liebe Kinder des Forum Brasil!

Nun seid Ihr dran, unser Haus mit voller Energie und Kreativität zu besetzen.

Mit großer Freude feiern wir nun schon zum 5. Mal unser traditionelles brasilianisches Kinderfest Cosme & Damiao, dieses Mal in unseren eigenen Räumen im Forum Brasil! Nach christlichem Glauben waren die Heiligen Gebrüder Cosme und Damiao Ärzte und Beschützer der armen Kinder, weshalb sie in Brasilien, besonders in Salvador da Bahia, im Monat September groß geehrt und gefeiert werden.

Viele Gläubige kochen und laden Kinder zu sich ein oder verteilen Essen und Leckereien für sie auf den Straßen. Zu dem traditionellen Caruru und vielen Leckereien laden wir euch ein, einen bunten und fröhlichen Nachmittag bei uns zu verbringen. Die Erwachsenen bitten wir um Spenden von Kuchen, Süßem oder Säften, die wir dann kostenlos den Kinder anbieten werden .
Am Mittwoch 3. Oktober 2007
Um 14:00 Uhr im Forum Brasil
Möckernstraße 72
Berlin Kreuzberg
Eintritt frei!

Wir freuen uns auf euer Kommen und eure guten Energien!

Euer Forum Brasil Team

(em português)

Alo queridos amigos mirins do Forum Brasil! Chegou a vez de voces ocuparem nossa casa com toda energia e criatividade.

Com muita alegria vamos festejar a nossa 5. Festa dos Santos Cosme e Damiao, desta vez, em nosso próprio espaço!

Segundo o cristianismo os Santos Irmaos Cosme e Damiao eram médicos e protetores das crianças pobres, por isto estes santos sao festejados em todo Brasil, especialmente em Salvador da Bahia, em setembro, quando muitos fiéis convidam crianças em casa ou distribuem doces e comidas para os menores nas ruas.

Com o tradicional caruru e muitas guloseimas convidamos a todos pra uma tarde colorida de brincadeiras e muita alegria. Aceitamos doações de bolos, doces ou sucos a serem distribuidos gratuitamente para o público

Quarta-feira, 03 de Outubro 2007
Às 14:00 horas no Forum Brasil
Möckernstraße 72 Berlin Kreuzberg
entrada livre!
Aguardamos a presença e o bom astral de todos voces!
Bjs
Forum Brasil Team